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I Encontro de Mulheres Negras, Indígenas e Quilombolas da Agroecologia


O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) participou, entre os dias 08 a 10 de junho, do I Encontro Nacional de Mulheres Negras, Indígenas e Quilombolas da Agroecologia - GT de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia -ANA. O Encontro foi realizado no CESIR/FETAEMA, em São Luís -MA.


O evento foi uma realização do GT Mulheres da ANA e contou com o apoio da Rama Maranhão, Instituto PACS, CTA-ZM Agroecologia, Associação Agroecológica Tijupá, Acessa e várias organizações, grupos e movimentos de todo o país, bem como, o importante apoio da Misereor, CS Fund, Pão para o Mundo, Fondo de Mujeres del Sur, actionaidbrasil , Cese e ONG Fase.


O encontro iniciou com a mística de abertura com mulheres indígenas de diferentes etnias e também com Maria do Carmo Omóde Omolú Yemanjá e Oxalá, mais conhecida como Mãe Du.



O evento reuniu mulheres de vários Estados do país, de diversas organizações e redes do campo agroecológico para refletir o racismo ambiental, o uso discriminado do agronegócio e diversas violências no campo. Nesse sentido, a coordenadora do MIQCB, Maria Alaídes destaca que o encontro é de suma importância para as quebradeiras de coco babaçu.


“Este encontro é muito importante para os projetos sociais e para a vida das quebradeiras de coco babaçu porque é um espaço onde as mulheres negras, brancas, quilombolas, indígenas, das águas, das florestas, de terreiro, que vieram de várias partes do Brasil, se reúnem com o objetivo de construir uma política agroecológica”, declarou Maria Alaídes, coordenadora MIQCB.



Ainda no primeiro dia, as participantes do evento se dividiram em grupos para debater os seguintes temas: Práticas Tradicionais de Agricultura, Sementes e Sociobiodiversidade; Comida, Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional e Cultura Alimentar; Violências; Saúde, plantas medicinais e práticas de cuidado; Produção, reprodução da vida e práticas de cuidado; Cultura, Espiritualidade e Ancestralidade; Território, Demarcação e Conflitos. A dinâmica permitiu que as mulheres conhecessem os desafios e avanços vivenciados pelas companheiras Indígenas, Negras e Quilombolas, a partir também do compartilhamento de experiências sobre os diferentes territórios.


"Esse encontro marca a história da Articulação Nacional de Agroecologia, a ANA não será a mesma após esse evento. Nós mulheres estamos aqui reunidas pra gritar bem alto que se tem racismo, não tem agroecologia", afirmou Maria Emília Pacheco, do GT Mulheres e do Núcleo Executivo da ANA.


No segundo dia do Encontro, as mulheres foram divididas em grupos para participar de intercâmbios nas comunidades quilombolas de Igaraú e Santa Rosa dos Pretos, zona rural de São Luís-MA. Na vivência no Quilombo de Igaraú, elas caminharam por uma trilha ecológica onde puderam trocar experiências sobre saberes tradicionais ligados à natureza. Após a trilha todas participaram de uma roda de conversa onde conheceram a história da comunidade e compartilharam um almoço com os moradores locais.



"É muito prazeroso receber tantas mulheres de tantas capitais do país, hoje aprendi muito e espero ter compartilhado conhecimento também", comentou Maria de Jesus (conhecida como Dona "Roxinha"), presidenta da Associação de Moradores de Igaraú.


A coordenadora de projetos do Miqcb Sandra Regina e a coordenadora da Regional Mearim, Maria de Jesus participaram dos três dias de evento, onde contribuíram com o debate e com a elaboração da carta política.



“Dona Maria de Jesus destacou a importância do intercâmbio na comunidade. “Essa vivência na comunidade foi muito positiva porque vimos que tem mulheres que tem muita resistência e que estão dispostas para lutar, isso é inspirador”, declarou.


A coordenadora de projetos do Miqcb, Flávia Azeredo e a secretária Hélia Costa também participaram do evento.

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