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O primeiro dia do Intercâmbio da Rede de Fundos Comunitários da Amazônia é marcado pela história das Organizações dos Fundos Comunitários



O primeiro dia do Intercâmbio da Rede de Fundos Comunitários da Amazônia, teve início nesta terça-feira (02), na cidade de Esperantina/PI. Com um público formado por representantes de oito Fundos Comunitários, que são integrantes da Rede de Fundos Comunitários da Amazônia, e são oriundos dos Estados do Maranhão, Pará, Amazonas, Piauí, Acre e representantes de outros países como a Suécia, Itália, Equador e Colômbia. Na oportunidade os representantes puderam conhecer de perto o contexto histórico história das Organizações dos Fundos Comunitários.


Para a coordenadora executiva do MIQCB e do Fundo Babaçu, Marinalda Rodrigues, o Intercâmbio é muito importante, pois conseguiu agregar a participação dos outros Fundos da Rede de Fundos Comunitários aqui na nossa região do Piauí. “Serão quatro dias de atividade, hoje iniciamos e seguimos até o dia cinco, onde ocorrerá o quinto Encontro da Rede de Fundo Babaçu. A minha expectativa é que todos se sintam bem aconchegados, bem recebidos e que todos tenham a oportunidade de conhecer o que é o Fundo Babaçu, o que é o MIQCB e como ambos funcionam. Além de todos terem a oportunidade de conhecer as unidades de produção do mesocarpo, que fica no território Vila Esperança, que é o primeiro território de quebradeira de coco Babaçu regularizada no Brasil”, disse.


Moema Miranda, da Ação Social Franciscana (SEFRAS), para ela estar integrando o Intercâmbio permite aprofundar debates que antes eram com tempos curtos entre uma atividade ou outra. “A nossa história é coletiva, compartilhada, às vezes vai ficando picotada, vai ficando fragmentada. A Rede então vai se encontrando, mas tem às vezes uma agenda precisa, e aí esse momento de intercâmbio, é um momento de aprofundamento coletivo, em que cada um foi trazendo a sua história e a gente vai vendo como a história de todos os fundos é entrelaçado, como um tecido mesmo, de muitas histórias, vitórias, derrotas, das nossas mortes, daqueles que tombaram antes de nós, mas, como foi lembrado, cada vez que um tomba, todo mundo está junto para levantar e seguir adiante”, disse.




Já a coordenadora regional América Latina, Tenure Facillity, Karin Ericsson, o Intercâmbio foi uma grande oportunidade para poder entender melhor as dinâmicas dos Fundos de cada uma das organizações presentes e também a dinâmica da articulação entre estas organizações que se articulam em Rede. “Somos um parceiro e um financiador dos movimentos indígenas, quilombolas e dos povos tradicionais no Brasil, e também há muito apoio aos fundos comunitários territoriais. Nosso objetivo é poder canalizar os Fundos para poder ofertá-los aos povos. Este mecanismo dos fundos territoriais comunitários é algo que interessa todo mundo. Todo mundo está querendo saber como isso está sendo criado, porque há aqui uma proposta concreta, que atende à demanda dos povos. Então a gente tem a responsabilidade de ajustar processos enquanto doador para ser cada vez melhor um parceiro de qualidade”, disse.


O representante do Fundo Puxirum/PA, Ivanildo Brilhante o primeiro Intercâmbio da Rede de Fundos Comunitários é uma tecnologia social que se adapta, aprimora e  ouve a sociedade, para que impactem e faça com que o dinheiro chegue na ponta, de quem realmente precisa. “Para mim é uma experiência fantástica poder compartilhar saberes e fazerem essa ferramenta do Fundo Comunitário esteja a serviço da sociedade brasileira. A Rede de Fundos traz um rompimento com o neocolonialismo, ela também rompe com o atravessador do recurso da filantropia que não chegava em quem realmente precisava”, disse.


Nesse primeiro dia de atividades os participantes puderam aprofundar o debate sobre a trajetória e memórias da organização e governança dos Movimentos e dos Fundos Comunitários. Onde os participantes puderam contribuir com seus saberes os fatos históricos que favoreceram a formação das organizações como vemos hoje em dia.



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