Publicado originalmente em 20 de abril de 2020
Na última sexta-feira (17), a equipe da Agerp de Viana recebeu das mãos das quebradeiras alguns produtos à base de babaçu que irão compor cestas básicas destinadas as famílias em situação de vulnerabilidade social. Os itens foram produzidos pela CIMQCB nos centros produtivos de Viana e Matinha.
Diante da crise sanitária e econômica devido à pandemia do Covid 19, o governo do estado do Maranhão, por meio do Sistema SAF, está comprando itens da agricultura familiar para compor as cestas básicas. Foram adquiridos pela CIMQCB, 2 mil frascos de 500ml de óleo de babaçu, e 500 pacotes de 400g de biscoito de babaçu, incluindo vendas de biscoito vindo das quebradeiras de coco do município de Chapadinha.
Segundo Flávia Azevedo, assessora dos projetos vinculados à CIMQCB, ter os produtos do babaçu compondo as cestas básicas “é mais uma conquista de reconhecimento do valor nutricional de nossos produtos”. Toda a produção foi feita seguindo as recomendações de saúde e prevenção, de forma quase que individual para não ter aglomeração, em que as etapas produtivas foram realizadas de forma separada. “Com certeza esse recurso veio em boa hora, visto que estamos com as vendas praticamente paradas”, complementa Flávia, alertando para as dificuldades que a atual crise gera.
Maria do Rosário, quebradeira de coco e presidente da CIMQCB, conta que a compra e inclusão dos produtos na cesta foi importante para o fortalecimento do modos produtivos das quebradeiras, “a gente quer ser mais vista, ser mais valorizada em relação a nossa produção, ao nosso produto, e a nossa luta. Essa ação foi importante para a cooperativa, em que irá ajudar muitas famílias ainda mais nesse cenário tão difícil.”
Campanha de apoio para o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar
Em âmbito federal, há algumas semanas foi anunciado a liberação de 500 milhões de reais para o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar. Ainda sem prazo ou qualquer perspectiva sobre como será a liberação do recurso e diante situação emergencial devido o coronavírus, a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) enviou ao governo Federal uma proposta que aponta a aplicação de R$ 1 bilhão neste ano e de R$ 3 bilhões até o final de 2021, para a retomada imediata do PAA – o dobro do que o governo propões. O documento teve assinaturas de mais de 700 organizações, movimentos e redes da sociedade civil, do campo e da cidade.
O objetivo é ampliar o alcance da chegada dos alimentos à população mais vulnerável do país, principal vítimas das más condições de atendimento médico e também da queda da atividade econômica e dos empregos. Sem poder trabalhar devido à epidemia de coronavírus, milhões de famílias correm risco de enfrentar falta de comida em suas mesas. Assim, o PAA garante que alimentos saudáveis cheguem, por exemplo, aos hospitais, asilos, restaurantes populares e creches e que sejam distribuídos por organizações de assistência e da sociedade civil às/aos mais necessitadas/os.
A fome e a má alimentação aumentam rapidamente com a diminuição drástica de renda das pessoas mais pobres, enquanto alimentos saudáveis produzidos pela agricultura familiar são perdidos por falta de mercados. Conheça a proposta da ANA assinada por organizações, redes e movimentos da sociedade civil, incluindo o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu: https://bit.ly/PropostaPAA
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