Oxfam Brasil, em parceria com as organizações MIQCB, CNS e Conaq, lança movimento para a promoção de lideranças femininas que cuidam das matas, dos rios e das pessoas na Amazônia.
A Oxfam Brasil, em parceria com as organizações Movimento Interestadual De Mulheres Quebradeiras De Coco Babaçu (MIQCB), Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) e Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), lança neste dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, a campanha Tem Floresta em Pé, Tem Mulher, com o intuito de dar visibilidade às lideranças femininas que fazem a diferença na proteção e preservação dos territórios e meio ambiente das florestas.
Com as ações da campanha, queremos tirar do anonimato os modos de vida dessas mulheres, convidando a sociedade a valorizar seu papel fundamental no fortalecimento de povos tradicionais, assim como na preservação dos territórios onde residem suas famílias. Ao cuidarem de áreas ambientais, elas também garantem a manutenção da sociobiodiversidade brasileira.
“As mulheres estão na linha de frente da preservação ambiental e dos direitos humanos nessas localidades, mas seu trabalho é pouco reconhecido”, afirma Bárbara Barboza, da Oxfam Brasil. “Elas são lideranças no movimento social e têm um papel central nas práticas de manejo e defesa dos seus territórios, mas são desconsideradas quando é preciso decidir sobre o uso dos recursos naturais.”
Assista o vídeo da campanha:
Preservação e luta
O extrativismo vegetal é indispensável na cultura do babaçu, um fruto nativo que depende da floresta em pé e de sua rica biodiversidade, fundamental também para a estabilidade climática do planeta. As quebradeiras de coco babaçu se auto denominam como guardiãs da Floresta porque diariamente lutam pela preservação dos babaçuais, pela manutenção dos modos de vida tradicional e pela floresta em pé.
A luta pela terra, pelos recursos naturais e contra as alterações climáticas é a luta pela própria existência. “Nossa liderança mantém viva a nossa luta!”, diz Maria Alaídes de Sousa, coordenadora geral do MIQCB.
Um exemplo sobre a importância das mulheres nessas comunidades é o fato de elas serem as responsáveis pela preservação das sementes e manutenção da variedade de espécies cultivadas: seus quintais são fontes complementares de alimentação e de medicamentos naturais.
“O mercado acha que na Amazônia só tem fauna e flora, mas na floresta também tem gente. É preciso dar rosto e voz às populações tradicionais, sejam elas quilombolas, indígenas ou extrativistas”, explica Érica Monteiro, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) na Região Norte.
Guardiães da biodiversidade
Os canais de comunicação da Oxfam Brasil e das organizações parceiras também vão denunciar a perseguição sofrida por essas guardiãs da biodiversidade, que são ameaçadas apenas pelo fato de cuidarem de suas famílias e de seus territórios. “O mundo todo almeja a floresta Amazônica em pé, mas nós pagamos um preço muito alto para isso, muitas vezes com a própria vida”, lembra Érica.
“A intenção da campanha é fazer com que a sociedade civil se sinta convocada a compartilhar, em suas próprias redes sociais, materiais sobre a luta dessas mulheres”, diz Bárbara, da Oxfam Brasil. “Na floresta, elas criam seus filhos, produzem alimentos e transmitem conhecimentos que são passados entre gerações. O cuidado com o ambiente onde vivem garante a sobrevivência de todos nós.”
Texto: Oxfam Brasil
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