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MIQCB SOBRE A PANDEMIA DO CORONA VÍRUS (COVID-19)

Publicado originalmente em 23 de março de 2020


Em atenção às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde e dos governos estaduais, sobre as medidas de prevenção à transmissão de doenças causadas por vírus, como Covid 19 e H1N1; em atenção à saúde de cada mulher que constrói o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco, suas famílias e comunidades; em atenção a nossa conduta ética com os grupos, articulações, territórios e comunidades que apoiamos, orientamos as assessorias e coordenações do MIQCB a estabelecer os seguintes cuidados e novas formas de trabalho.


O MIQCB atua em quatro regiões brasileiras, sendo elas: Tocantins, Maranhão, Pará e Piauí. Diante da escalada da pandemia, e da existência de alguns casos já confirmados, os governos dos respectivos estados publicaram decretos limitando o funcionamento de instituições públicas, suspendendo atividades escolares e culturais, transporte intermunicipais de passageiros, bem como limitação e/ ou paralisação ao funcionamento de comércios e serviços não essenciais, entre outras medidas de prevenção e contenção.


Além disso, o governo federal decretou todo território nacional como de transmissão comunitária. Isso significa que o sistema de saúde não consegue mais rastrear como as pessoas foram contaminadas. Logo, desde a segunda-feira (17) deliberamos que as reuniões em locais abertos ou fechados, atividades de campo, viagens e circulação nos escritórios das assessorias regionais e sede, estão SUSPENSAS até que se reavaliem as medidas necessárias para a seguridade de todas. Nossos diálogos entre assessorias, colaboradores e parceiros continuam de maneira remota, em nossas casas, utilizando nossos e-mails e telefones, e seguindo horários de fluxo comercial.


Devemos também suspender as atividades de vínculos solidários, evitando expor as crianças com quem trabalhamos a situações que tragam vulnerabilidade a suas saúdes; cuidar umas das outras e, sobretudo, de nossos idosos, gestantes, paridas, crianças e pessoas com deficiência, bem como se atentar as demais pessoas que se encontram com a saúde fragilizada e no grupo de risco. Eles precisam de nosso apoio.


Sabemos que o dia a dia da quebradeira de coco, envolve sua relação com a terra, com a agricultura, com um modo de produzir e forma política que envolve toda a comunidade, além das relações de compadrio e vizinhança. Entretanto, nesse momento é necessário nos articularmos para exercer o distanciamento social, a fim de evitar a proliferação do vírus, direcionando nossas práticas comunitárias a pensar soluções coletivas de proteção à saúde de nossos territórios.


Devemos intensificar nossas medidas de higiene como lavar as mãos, conforme orientado pela OMS, evitar tocar bocas e olhos, utilizar o cotovelo ao cobrir tosse ou espirro, não compartilhar objetos pessoais e utilizar o álcool em gel 70%, quando não estivermos com acesso direto à água e sabão. É preciso também estar atento à outras enfermidades e buscar os postos de saúde para vacinação contra H1N1. Diante de sintomas leves como tosse, mal-estar e febre moderada, é aconselhado ficar em suas residências. Mas caso apareça tosse persistente, falta de ar, febre alta e dor no peito, procure imediatamente a unidade de saúde mais próxima.


Também podemos mobilizar os conhecimentos tradicionais sobre saúde e boas práticas que fortaleçam o sistema imunológico, bem como promover a alimentação saudável que vem da floresta do babaçu e nossos quintais. Importante lembrar que neste momento de recolhimento, nossas mulheres tendem a ficar sobrecarregadas com os serviços domésticos. Enfatizamos que o cuidado com a casa e nossos familiares é de responsabilidade de todos.


Tais medidas têm como intuito reduzir a contaminação e assim evitar que mais pessoas sejam atingidas, principalmente àquelas que se encontram a margem das políticas públicas e do acesso a medidas de cuidado e contenção. Na contramão do mundo, as atitudes negacionistas e de desinformação do presidente da República sobre a gravidade da pandemia no país e suas medidas econômicas propostas, tem colocado ainda mais em risco nossa população.


Coletividade é o que norteia nosso bem viver, nossa política, nossos territórios, vida e luta. Lembramos mais uma vez que o MIQCB tem como responsabilidade, o cuidado com as mulheres que formam o movimento, as comunidades onde elas estão inseridas, suas famílias, bem como prezar pelos grupos mais vulneráveis. Em toda história do movimento, sempre tivemos como prática o cuidado e sensibilidade uma com as outras, em todas as adversidades que apareceram. Assim continuaremos. Seguiremos lutando.


Queremos florestas em pé, território livre, acesso à água e saúde! Juntos venceremos a pandemia!


Maria Alaídes Sousa

Coordenadora Geral do MQCB


Núcleo Técnico de Coordenação do MIQCB.


São Luís, 23 de março de 2020

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