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Muita animação marcou o primeiro dia do IX Encontrão das Quebradeiras de Coco Babaçu


Cânticos, danças e muita animação marcou o primeiro dia do IX Encontrão das Quebradeiras de Coco Babaçu, realizado pelo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu-MIQCB, em Augustinópolis, Tocantins. O evento contou mais de 300 mulheres dos estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí. O Encontrão iniciou nesta quarta-feira (12) e vai até sexta-feira (14), no Colégio Manoel Vicente de Sousa.


O IX Encontro Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu, tem por objetivo reunir mais de 240 mulheres representantes de suas comunidades, territórios e grupos locais para trocar experiências, debater diversos temas como Contexto Político dos Movimentos Sociais no Brasil e no Mundo; Racismo Ambiental e Mudanças Climáticas; Cooperativismo; Terra, Território e Babaçu Livre; Direitos e Protagonismo das Juventudes; Consulta Prévia, Livre e Informada. De igual importância será realizada a eleição da nova coordenação do MIQCB para os próximos quatro anos.



A coordenadora geral do Miqcb Maria Alaídes destacou com muita alegria a realização do primeiro dia de evento. “Quero agradecer a Deus por mais um Encontrão. Agradecer todas as nossas companheiras das seis regionais do Miqcb (Pará, Tocantins, Piauí, Mearim/Cocais, Baixada Maranhense e Imperatriz-MA), que juntas, de mão dadas, estamos realizando esse grande evento”, frisou Alaídes.


Em seguida, o companheiro de luta das quebradeiras e pesquisador, prof. dr. Alfredo Wagner de Almeida, da Universidade Federal do Amazonas apresentou o tema: “Cenário Político dos Movimentos Sociais do Brasil e do Mundo”. Na ocasião, foi apresentado grandes empreendimentos que afetam o modo de vida das comunidades tradicionais.



“As quebradeiras de coco babaçu têm uma grande importância histórica, econômica, social, política, ambiental e cultural na chamada “região dos babaçuais”, que engloba partes dos estados do Pará, Piauí e Tocantins e, principalmente, do Maranhão. A atividade dessas mulheres está constantemente ameaçada, seja pelos fazendeiros que tentam impedir o acesso delas aos babaçuais, pela expansão do agronegócio na região de predominância dos babaçuais, pela dificuldade da comercialização dos produtos oriundos do babaçu, ou pela dificuldade de acesso à terra e aos babaçuais, que garantem às quebradeiras a continuidade do seu modo de vida”, explicou, professor Alfredo.


“Há um elevado índice de contaminação nos empreendimentos de agronegócios na área do Matopiba com uso de agrotóxicos através de pulverizações aéreas. Os empreendimentos dos agronegócios funcionam como “novas plantations” e neste sentido reproduzem parcialmente uma situação colonial: grandes extensões de terras (desmatamentos), imobilização da força de trabalho (denúncias de trabalho análogo à escravidão), monocultura, economia agrárioexportadora”, concluiu.




No turno da tarde foram realizadas cinco oficinas com os seguintes temas: Território e Babaçu Livre; Mulheres, Racismo Ambiental e Mudanças Climáticas; Consulta Prévia e Protocolos Autônomos; Cooperativismo (CIMQCB), Acesso aos Mercados e Agroecologia e Juventudes, Direitos e Protagonismo.


No final do dia foi realizado a Feira agroecológica das quebradeiras de coco babaçu. Foram comercializados azeite, óleo, biscoitos, bolos, sabão, sabonetes, artesanatos, tudo proveniente do coco babaçu.


PARCEIROS- O IX Encontrão recebeu dois grandes apoiadores do Miqcb: Oxfam Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social-BNDES.



A coordenadora de Justiça Racial e de gênero da OXFAM Brasil, Tauá Pires destacou a importância de participar do Encontrão.


“Para a Oxfam Brasil é um prazer está participando do IX Encontrão das quebradeiras de coco. Primeiro porque existe uma aposta muito grande que essa sociedade que a gente está almejando, seja uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais solidária, menos desigual, depende desse tipo de mobilização que naturalmente é feito pela forma como as quebradeiras de coco se organizam e pensam esse futuro no tempo presente. Então fortalecer organizações como o Miqcb pra gente é muito importante porque o tema das mudanças e justiças climáticas é urgente para todo mundo. Então a ação das quebradeiras de coco babaçu, a forma como é feito o manejo sustentável é muito importante para esse discursão global”, declarou.



Cleber zambarda, gestor do Fundo Amazônia que é gerido pelo BNDES disse que “participar desse evento é uma alegria, privilégio não só porque o evento é de extrema importância para o MIQCB, mas porque representa o momento de retomada do projeto floresta de babaçu em pé, que conta com o apoio do Fundo Amazônia. Uma iniciativa muito importante, não só para a preservação dos babaçuais e da Amazônia, mas também para o empoderamento de mulheres agroextrativistas que vivem a partir da floresta”, concluiu.

A gerente de projetos do BNDES, Cláudia Nessi também participou do evento.







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