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Centro de Formação das Quebradeiras de Coco Babaçu inicia Formação da primeira turma de Juventudes, em São Luís-MA


Cerca de 30 jovens, filhas e filhos de quebradeiras de coco babaçu, dos Estados do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins estão participando da primeira turma de juventude do Centro de Formação das Quebradeiras de Coco Babaçu, localizado em São Luís (MA). Os jovens de diferentes comunidades estão tendo a oportunidade de experiência integrativa de fortalecimento da história, cultura e modo de vida extrativista, com destaque para a história das quebradeiras de coco babaçu.



A estudante Gildeane Carvalho, da Comunidade Pequizeiro, localizada em Axixá do Tocantins, já quebra coco babaçu desde criança, acompanhada de outras três gerações: sua mãe, sua avó e sua bisavó. Ela, que participou da formação, disse ter se encantado com a oportunidade. “Agora fui até São Luís para aprender mais sobre esse trabalho tão digno”.


O curso foi planejado para ser realizado entre os dias 29 de janeiro e 9 de fevereiro, durante o período de férias escolares, para complementar os ensinamentos que já recebem nas escolas. A estudante Taslane Carneiro, de Imperatriz (MA), ressaltou que o curso foi uma experiência única porque “aprendi ainda mais sobre o quanto nossa cultura é valiosa”.


O Centro de Formação é um sonho realizado, as quebradeiras de coco idealizaram esse espaço por anos. A conquista sediou o primeiro encontro entre as próprias mulheres, em junho do ano de 2023. Foi nessa oportunidade que se levantou a necessidade de oferecer formação também para as Juventudes, principalmente para os jovens vivenciarem outras realidades.

E deu certo, é o que conta a participante Rosizele Ferreira, do Piauí: “Para mim foi muito interessante. Somos todas quebradeiras de coco, mas de regiões diferentes, com culturas diferentes e linguagens diferentes. Estou fascinada”.


Em dois módulos, as juventudes puderam aprender sobre o Histórico dos Movimentos Sociais e MIQCB; Identidade e Protagonismo das Juventudes Quebradeiras de Coco; Território e Questão Agrária; Auto organização das Quebradeiras de coco babaçu; Cooperativismo e Associativismo; Mobgrafia; Cartografia; Diagnóstico das Realidades Regionais e Comunitárias; Nova Cartografia Social; e Elaboração de Projetos Socioambientais.


Todas as aulas foram ministradas por professores voluntários parceiros. É o caso de Aluísio Torres, Superintendente de Educação e Promoção da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão.


“Nós viemos falar sobre saúde mental, um tema de extrema importância para todas as pessoas que estão envolvidas nesse processo de formação. Foi uma troca muito importante nesse processo de formação profissional, do aprendizado mútuo, do trabalho, dos conhecimentos que transversalizam esse nosso cotidiano, que é tão turbulento, mas que com muita conversa podemos passar por ele em doses homeopáticas”.


Os primeiros formandos do Grupo de Formação ainda deixaram um recado em voz uníssona: “a luta continua por terra e território livre, pelo direito à educação contextualizada, pela floresta em pé, pela valorização da nossa identidade, pela alimentação saudável e pelo babaçu livre”.



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