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Mulheres das Regionais Pará e Tocantins identificam problemas reais e propõem soluções possíveis na reunião de Planejamento do Projeto Baqueli





O Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) Regionais Pará e Tocantins realizaram a reunião de Planejamento do Projeto Baqueli com o envolvimento das quebradeiras de coco de diferentes comunidades. A ideia é ouvir os desafios de quem os enfrenta diariamente para construir estratégias conjuntas. 

No Pará, a atividade aconteceu na segunda-feira, 25, na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de São Domingos do Araguaia. As paraenses recepcionaram a equipe técnica do MIQCB com cânticos. Na sequência, a diretora financeira do MIQCB e coordenadora executiva da Regional Pará, Cledeneuza Maria, abriu a pauta do encontro.

No Tocantins, a discussão foi realizada na Câmara Municipal de São Miguel do Tocantins e contou com a participação da Alternativas para a Pequena Agricultura do Tocantins (APA-TO), convidada para contribuir. As coordenadoras de base entraram cantando e caminhando ao encontro de Maria Alaídes, que é Coordenadora Executiva do MIQCB. Alaídes veio do Mearim/Cocais no Maranhão, para acompanhar o planejamento Baqueli em ambas as Regionais. 

Nos dois dias, Maria Alaídes apresentou a trajetória da luta das quebradeiras de coco desde 1992, quando os sonhos semearam a presente realidade de conquistas. O sentimento de gratidão àquelas que vieram e lutaram antes regeu os encontros do Pará e Tocantins. Alaídes destacou que “já existiam mulheres contando histórias de discriminações e abusos, a gente foi juntando essas falas nos quatro estados e, hoje, estão estruturadas nos eixos de trabalho”. 

Essa estrutura construída ainda no ano passado, o Planejamento Estratégico, definiu a necessidade desses encontros com as Regionais do MIQCB para que o Planejamento do Projeto Baqueli fosse o mais próximo possível da realidade das quebradeiras em diferentes localidades. Toda essa organização foi traduzida pelo posicionamento de Maria Alaídes no encerramento da sua contribuição, “nós queremos viver, e viver em plena abundância, em plena realeza de um mundo melhor”.

As assessoras técnicas Nilce Cardoso e Renata Cordeiro foram as responsáveis pelas tratativas das discussões. Tanto pela apresentação do Fundo Babaçu, quanto pela explicação do que é o Projeto Baqueli. O Fundo financia o Baqueli, que por sua vez coloca em prática os objetivos definidos pelas próprias comunidades. 

Depois da contextualização, as mulheres foram divididas em dois grupos de trabalho. O primeiro grupo trabalhou o eixo de defesa e promoção da Lei babaçu Livre, o segundo apresentou os desafios enfrentados em suas comunidades para desenvolverem soluções em conjunto em relação ao direito à terra e ao babaçual. 

A pauta do direito à terra, definida como prioritária pelo Planejamento Estratégico do MIQCB para os próximos anos, foi recebida com alegria pela participante Maria Raimunda Alves de Oliveira, liderança do Movimento Sindical dos Trabalhadores Rurais com extensa trajetória na luta pela regularização fundiária no Tocantins. Para ela, “é um fortalecimento muito grande, mais uma entidade que vai nos ajudar, é uma satisfação ter contribuído o planejamento Baqueli nesse novo ciclo do MIQCB”.

Para a coordenadora de Base do MIQCB Pará, Maria de Sousa, o direito à terra já tem efeitos reais na vida das quebradeiras de coco da comunidade Ponta de Pedra, que já possui encaminhamentos concretos para a posse da terra onde estão, “eu fico feliz pelas companheiras que estão tendo a oportunidade de conseguir seu pedacinho de terra graças ao Baqueli e os demais parceiros”. 

Outra novidade prioritária do MIQCB indicada pelo Planejamento Estratégico é o envolvimento das Juventudes. Algumas ações, como a educação contextualizada promovida pelo Centro de Formação, já estão em andamento. A inclusão da juventude no processo de planejamento também é parte desse objetivo, por isso Jackson Pereira da Silva, que participou da primeira turma do Centro de Formação, esteve na reunião de planejamento da Regional Pará. Ele contou que “pretendo levar o conhecimento adquirido para onde moro”, no PA 21 de Abril em São João do Araguaia.

A coordenadora Executiva da Regional Tocantins, Ednalva Ribeiro, descreveu o dia como bastante produtivo, com diversas propostas encaminhadas. “Agora é buscar fazer tudo que está no planejamento para alcançar êxito”. A expectativa para as próximas ações é grande, principalmente porque a regularização fundiária trará dignidade às mulheres quebradeiras de coco. “Com a proteção da Lei Babaçu Livre estaremos mais seguras em reivindicar nossos direitos perante o Estado”, apontou Ednalva.

Todas as Regionais do MIQCB contribuem com o Planejamento Baqueli. Algumas delas já realizaram a reunião, como é o caso da Baixada, Mearim/Cocais, Pará, Piauí e Tocantins. A Regional Imperatriz é a última a realizar a reunião, que acontecerá no próximo dia 3 de abril, no Convento das Irmãs Teresianas, a partir das 8h da manhã.



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