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Tem Floresta em Pé, Tem Mulher: campanha mostra papel da mulher na preservação ambiental


Grande parte da sociedade enxerga somente a fauna e a flora da Amazônia, mas na floresta também tem gente. Populações tradicionais, mulheres quilombolas, indígenas, quebradeiras de coco babaçu, defendem a floresta. Esta reflexão foi a premissa para o lançamento da Campanha Tem Floresta em Pé, Tem Mulher e do I Seminário de Racismo Ambiental, organizado pelo Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu-MIQCB. O evento aconteceu nesta segunda-feira, 11/12, no Centro de Formação das Quebradeiras, localizado na Rua da Palma, Centro Histórico de São Luís.

 

O evento faz parte da campanha “Tem Floresta em Pé, Tem Mulher”, que nasceu do projeto das Nices e Dijés - Mulheres negras em defesa da floresta e da vida. O projeto foi inspirado em duas mulheres negras, quebradeiras de coco babaçu e maranhenses, Maria Nice Costa, conhecida como dona Nice, e Maria de Jesus Bringelo, a saudosa dona Dijé. Mulheres que dedicaram suas vidas para lutar pelo direito dos povos da floresta e pela preservação do meio ambiente.

 


A coordenadora geral do MIQCB, Maria Alaides explicou que “o projeto tem o objetivo de dar visibilidade às lideranças femininas que fazem a diferença na proteção e preservação dos territórios e meio ambiente das florestas, e é resultado da ação conjunta de várias organizações sociais: o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu-MIQCB, a OXFAM Brasil em Parceria com o Conselho Nacional das Populações Extrativistas – CNS e a Coordenação Nacional da Articulação de Quilombos – Conaq”, concluiu.

 

Durante o Seminário, foram realizadas rodas de conversa com a presença de representantes de vários segmentos. O objetivo do evento foi levantar a discussão sobre as disparidades ambientais que afetam desproporcionalmente comunidades racializadas e dar visibilidade às lideranças femininas que fazem a diferença na proteção e preservação dos territórios e meio ambiente das florestas. No formato roda de conversa, o público teve a oportunidade de um diálogo aberto entre representantes de movimentos sociais e poder público.

 

O tema da vez, justiça climática, tem levantado o debate sobre como o aquecimento global afeta as comunidades tradicionais e povos da floresta. Secas, enchentes, assoreamento de rios e outras consequências do desequilíbrio ambiental atingem muito mais pessoas negras, quilombolas, indígenas e ribeirinhas, comunidades marginalizadas historicamente.


“O nosso desafio maior é contra o racismo ambiental. Ele vem da não valorização dos territórios quilombolas, da não titulação, da negação da garantia de direitos à saúde, à vida. A gente luta pela regularização fundiária dos territórios dos povos e comunidades tradicionais para que possamos garantir o bem viver e possamos ter acesso às políticas públicas, tanto do governo estadual, municipal e federal”, frisou Edineia Monteiro, representante da CONAQ.


Representantes do poder público também participaram do evento como a Superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Maranhão, Suziane Machado e a Secretária de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular do Maranhão (sSedihpop), Amanda Costa.  

 

“Estamos participando junto com o Miqcb de mais um evento para debater as questões relativas ao racismo ambiental e, principalmente, com foco na atuação de mulheres negras e mulheres quebradeiras de coco babaçu. Nós da Secretaria buscamos combater o racismo ambiental por meio da promoção e da garantia da participação popular e das comunidades tradicionais nos debates sobre as questões ambientais no nosso estado”, declarou Amanda Costa, secretária da SEDIHPOP.

 

A coordenação das seis Reginais do Miqcb: Pará, Tocantins, Piauí, Imperatriz, Baixada e Mearim/Cocais-MA, participaram das atividades, assim como as assessorias técnicas do Movimento e representante do Conselho Nacional das Populações Extrativistas -CNS Geovania Machado Aires.



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